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Questionamentos de uma leiga...

Relato sobre la experiência de Andreia Santaterra em uma comunidade chamada Americanópolis e no centro “CEJOLE” - Centro de Educação Popular Santa Joana de Lestonnac, centro social, que atende 180 crianças e adolescentes.

Enero 2014 | Andreia Santaterra Ramos Feitoza (São Paulo, Brasil) | Experiences

Sou uma mulher de classe média, com família e filhos formados, cresci num bairro da periferia de São Paulo, lugar bom de viver, vizinhos solidários e cuidadores uns dos outros.

Inicio meu relato sobre minha ainda breve trajetória, porém intensa, em uma comunidade chamada Americanópolis, que não difere dos demais locais onde trabalhei anteriormente, em que a situação, os problemas e mazelas são os mesmos, porém existe um fator que a diferencia das demais.

Lá está o “CEJOLE” - Centro de Educação Popular Santa Joana de Lestonnac, centro social, que atende 180 crianças e adolescentes, no contraturno escolar, um trabalho diário e direto, oferecendo atividades socioeducativas e duas refeições. Existe também o trabalho de formação e acompanhamento das famílias dessas crianças e adolescentes atendidos, através de visitas domiciliares. Essas famílias caracterizam-se pela formação, em sua maioria monoparental, que têm seus filhos vindos da institucionalização da maternidade, afetando sua formação subjetiva e gerando formas de sofrimento nas crianças, como um desinvestimento narcísico, afetando sua autoestima e gerando um narcisismo negativo.

No CEJOLE temos o papel de fazer com que eles descubram, adquiram e desenvolvam habilidades e capacidades, se renovem de esperanças e de crédito em si, que se descubram importantes no mundo e sejam protagonistas do mesmo, sabendo que cabe a eles endossar ou não as estáticas ruins pré-estabelecidas para ela, por pertencer a um determinado grupo da sociedade.

O trabalho realizado neste bairro é feito por mulheres. E em mais esse capítulo da minha existência, me deparo com questionamentos: Quem são essas mulheres e o que as caracteriza?
A resposta é: São mulheres consagradas, são Companhia de Maria.
E ainda persisto nos questionamentos, a fim de entender onde estou inserida. Mas, o que é a Companhia de Maria? Quais são seus valores, qual é a sua missão? Foi na vivência e partilha diária do trabalho cotidiano com a Companhia de Maria, nestes poucos meses, que pude ir clareando as ideias, mais ouvindo e internalizando do que falando.

No meu primeiro dia de trabalho, fiquei muito surpreendida pelas condições físicas do local de atendimento e de trabalho, em termos de equipamentos. Naquele momento já detectei um diferencial, a visão de como deve ser o atendimento e acolhimento dessa parte da população cheia de carências, o nível de importância que é dado e também a rede de “Amigos do Bem” em que o CEJOLE está inserido, o que facilita priorizar e oferecer o melhor.

Outro ponto a se observar é a forma de lidar com os colaboradores, a valorização e o investimento feito nos mesmos, chegando a proporcionar formação internacional, algo impensável em organizações semelhantes.

A culminância das respostas aos meus questionamentos vieram em um encontro no Paraguai, para o qual fui convidada, onde estavam reunidas muitas mulheres de cinco países diferentes, onde a Companhia de Maria está presente. Era o Encontro de Educação Popular da Província do Cone Sul. Estava também um grupo de leigos educadores e gestores das organizações.

No encontro, me vi rodeada de pessoas com visão ampla, com preocupações de qualidade de atendimento, línguas diferentes e propósitos comuns, atentas aos estudos mais atuais sobre educação popular.

Quem são essas pessoas? Elas são mulheres alegres, vibrantes, divertidas e sobretudo comprometidas com sua missão, não estacionadas no tempo. Essa não era uma das visões, aliás preconceituosas, que eu tinha de religiosas.

O que faz com que o trabalho que essas mulheres levam adiante, seja diferenciado, no sentido positivo da palavra, de instituições semelhantes? Mulheres fortes e diferenciadas? Em que sentido? O que mais as caracteriza?

Aproveito ao máximo a experiência de partilhar a labuta diária com elas e absorver ao máximo seus ensinamentos e exemplos. Tem sido um encontro diário de gratas surpresas, que me fazem entender um pouquinho do que acredito ser a ponta do iceberg da missão da Companhia de Maria no bairro de Americanópolis-SP, no CEJOLE.
 

 Andreia Santaterra Ramos Feitoza: Trabalha no CEJOLE desde 2013 como Gerente da Instituição, é Pedagoga.


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1 Comentarios

montserrat trepat says:
Contenta de la experiencia de la Sra. Andreia Santaterra. Gracias por lo que dice.

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